A DIARCON teve a seu encargo as especialidades de climatização, ventilação e sistema de gestão técnica, da empreitada de reabilitação da Estufa Principal do Jardim Botânico Tropical da Universidade de Lisboa.
A Estufa Principal, como é usualmente conhecida, foi construída no início do sec. XX e foi a primeira estufa a ser edificada no jardim. A mesma está classificada como monumento nacional desde 2007, como parte do conjunto intramuros do Palácio de Belém. É constituída por um edifício central, com três corpos em ferro e vidro, duas estufas de multiplicação, uma oficina de envasamento na fachada posterior e um corpo vestibular, na fachada principal.
O projeto de reabilitação promovido pela Universidade de Lisboa, tem como objetivo a restituição deste espaço ao público, recuperando toda a estrutura do edifício por forma a devolver-lhe o esplendor inicial, mas ao mesmo tempo dotá-la de condições modernas e sustentáveis.
Este processo pela tipologia única de um edificado, também em si único, trouxe com ele necessidades que tiveram de ser pensadas com abordagens diferentes das habituais, por forma a ultrapassar as condicionantes arquitetónicas e as condições ambientais.
Algumas das questões e balanços técnico/económicos que tiveram de ser equacionados foram:
o Como equilibrar uma solução técnica, custo benefício, salvaguardando a aplicação de elementos que mantenham o traçado arquitetónico da estufa, mas que permitam minimizar consumos.
o Quais as condições termohigrométricas passiveis de serem obtidas, por forma a manter as condições dentro dos parâmetros biológicos necessários para as diversas culturas e ambientes (Tropical Húmido, Subtropical Húmido; Tropical Seco), sem cair em soluções exacerbadas em termos de custos de investimento e exploração.
As soluções preconizadas tiveram assim três eixos primordiais:
o O primeiro, o qual teve a participação da nossa associada ENERQAI, diz respeito às escolhas das soluções construtivas, sendo obviamente o principal enfoque os envidraçados que perfazem quase a totalidade da envolvente exterior. Para o efeito foi opção um envidraçado com condução térmica baixa e um fator solar médio, num balanço entre as necessidades e ganhos invernais e estivais.
o O segundo, a aplicação de soluções sustentáveis e de baixo custo de exploração. Para esse efeito foi implementado um sistema de ventilação natural, em consonância com um sistema de humidificação por vapor frio, sendo complementado na estação de aquecimento por unidades terminais de aquecimento (fan-coils), sendo estes alimentados por água quente produzida por Bomba de Calor.
o O terceiro, a automatização dos sistemas de comando e monitorização, por forma a que as mesmas funcionem de forma mais autónoma e eficiente. Para esse efeito foi projetado um sistema de gestão técnica centralizado, o qual em função das condições solicitadas e condições da estação meteorológica prevista, irá interagir com todos os sistemas técnicos do edifício, nomeadamente, a abertura e fecho das janelas motorizadas, a central de humidificação, a iluminação, a central de rega, entre outros.
Por último, saliento a importância da coordenação de projetos estabelecida pelo nosso cliente (A77 - Galbilec), uma vez, que este projeto estava repleto de necessidades especificas e únicas, onde foi necessário aliar o engenho á arte.